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NÓ CEGO
(1983)
 

De Carlos Vereza

Direção: Isnard Azevedo

 

Elenco:

Ademir Rosa

Piero Falci

Sylvio Mantovani

Tânia Kuhnen

Cesar Refosco

Marjorie Costa

Pio Borges

Jane Goeth

 

 

Nó Cego é a primeira montagem do Grupo a ser encenada em palco italiano.

 

O espetáculo iniciava no saguão do Teatro Álvaro de Carvalho, onde figuras encapuzadas realizavam um ritual, lavando diversos pedaços de um corpo humano esquartejado. O público era então encaminhado até o palco, por um túnel existente sob a platéia, no qual outras figuras repetiam o mesmo ritual. De maneira inesperada o público percebia-se no palco, sendo energicamente conduzido por um dos personagens, até a platéia.

 

Em cena dois personagens, Barbosa, um guarda, e Do Carmo, um “papeleiro”, que desmonta uma forca instalada na praça onde Barbosa está de prontidão. A forca, que na peça é um símbolo/testemunho da repressão do regime militar, deveria desaparecer antes do alvorecer. 

 

Trata-se de uma alegoria ao fim da ditadura, onde a “anistia ampla e irrestrita” viria com o raiar do dia, mantendo os responsáveis pelas torturas de muitos presos políticos no anonimato. O povo deveria esquecer que algum dia existiu uma forca naquele local.

 

CONCEPÇÃO DO ESPAÇO CÊNICO

Para este espetáculo, foi utilizado o Teatro Álvaro de Carvalho, um prédio do início do século, com palco italiano, mas que apresentava simultaneamente, outras alternativas de representação adequadas à conceituação proposta pela direção.

O espetáculo iniciava no saguão do teatro, de uma forma ritualista, onde figuras encapuzadas (indicadas no texto) lavavam em alguidares de barro com água de flores, diversos pedaços de um corpo humano esquartejado.

O público era então encaminhado até o palco, por um túnel existente sob a platéia, no qual outras figuras repetiam o mesmo ritual. Desta forma o público assumia um posicionamento processional até o palco, onde localizava-se uma estrutura de madeira – A FORCA -, com 8 metros de altura e 3 X 3 de base. Esta estrutura tinha uma presença tão marcante , que induzia o público a um percurso circular em seu torno, constituindo A PRAÇA, antes de serem energicamente conduzidos por um dos personagens “Guarda Barbosa”, até a platéia.

A partir deste momento o espetáculo tinha uma narrativa em palco italiano, permanecendo assim até o seu término, quando então o público era levado pela iluminação do teatro, que havia sido colocada toda em resistência, até o saguão.

 

(Texto de Isnard Azevedo em trabalho acadêmico para a disciplina As Concepções do Espaço Cênico, do professor Clovis Garcia – Escola de Comunicação e Arte – ECA, 1990)

PREMIAÇÕES

 

Troféu Bastidores 1983 - Melhores do Teatro Florianopolitano

Melhor Ator: Ademir Rosa

Melhor Cenário: Isnard Azevedo / Sylvio Mantovani

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