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FLORBELA ESPANCA
(2022)

Dramaturgia e Direção

Sulanger Bavaresco

Elenco

Diana Adada Padilha

Iluminação: Marco Ribeiro

Cenografia e Adereços: Dromedário Loquaz

Figurinos: Sulanger Bavaresco

Pesquisa Trilha Sonora: Sulanger Bavaresco

Preparação vocal: Luiza Faé Mantovani 

Operação sonoplastia: Julia Bavaresco

Produção Técnica: Magda Scors

Design Gráfico: Mariana Barardi

Fotografia: Tchuli Bavaresco e Luiza Filippo

Realização: Grupo de Teatro O Dromedário Loquaz

SINOPSE

O espetáculo coloca em cena o espectro de Florbela Espanca, que desperta de seu sono de morte para defender a honra e a obra da poetisa portuguesa que, na primeira metade do século XX, foi perseguida e execrada pela Igreja Católica e pela ditadura Salazarista. Florbela reencontra e enfrenta seu passado e algozes, conduzindo o espectador a trilhar os caminhos tristes e perturbadores que marcaram sua existência, testemunhando o calvário de perseguições e difamações que se perpetraram mesmo depois de sua morte.

O Dromedário Loquaz mergulha na vida e obra da poetisa portuguesa Florbela Espanca e apresenta seu teatro de mágoas.

 

Com dramaturgia inédita inspirada na vida e obra de Florbela Espanca, o Grupo de Teatro O Dromedário Loquaz estreia o espetáculo solo Florbela Espanca, colocando em cena o espectro da poetisa portuguesa, que desperta de seu sono de morte para defender sua honra e obra das perseguições sofridas na primeira metade do século XX.

 

No ano de celebração dos seus 41 anos de existência e resistência, o grupo de teatro O Dromedário Loquaz quer fazer coro às questões que dialogam e proporcionam espaço de reflexão com temas prementes da atualidade. Assim, a questão da mulher foi a escolhida pelo coletivo artístico para protagonizar suas ações artísticas em 2022, e a montagem do espetáculo Florbela Espanca busca proporcionar espaço de visibilidade para as mulheres que persistem na luta pela ocupação de espaços legítimos em todas as áreas, enfrentando e suplantando os injustos limites ainda impostos pela sociedade contemporânea.

 

Ao longo dos séculos o poder patriarcal relegou muitas mulheres geniais ao anonimato e ao esquecimento histórico. O espetáculo Florbela Espanca visa o resgate da figura histórica de uma mulher que, enfrentando as adversidades e as restrições de espaço que poderia ocupar na sociedade portuguesa do início do século XX, conseguiu construir importante obra artística que a tornou, com a merecida justiça, uma das mais importantes poetisas portuguesas do período e cuja importância continua reverberando atualmente.

 

Florbela Espanca foi uma mulher fora do seu tempo, que ousou ser dona do seu destino movendo-se com audácia, desejos próprios e insubmissão intrínseca a sua alma inquieta em uma sociedade acostumada a negar a sexualidade, a inteligência e os talentos femininos. A conservadora sociedade portuguesa da época, o Estado e a Igreja não economizaram esforços em suas tentativas de apagar a passagem de Florbela por este mundo. Porém, nem as perseguições e tampouco as críticas sistemáticas que visavam difamar sua obra e seu caráter, antes e depois de sua morte conseguiram destruir a obra da poetisa, que sobreviveu aos seus algozes e ao tempo.

 

Em um tempo em que a regra social geral para consolo às dores femininas consistia em refugiar-se na religião, no dever, no amor, na prática da caridade e do sacrifício pessoal, Florbela Espanca se lançou para além e radicalizou intransigentemente o papel feminino, sendo difamada pela Igreja como uma “mulher imoral” e pelo Salazarismo como uma “mulher inconstitucional”. Seus livros foram proibidos durante a Ditadura Salazarista sob a alegação de que seus versos poderiam “deformar a alma das jovens leitoras”. Detratores da poetisa impediram a construção de busto em sua homenagem na cidade de Évora e protelaram por mais de 30 anos o translado de seus restos mortais para sua terra natal. Mesmo se considerando desinteressada pela política, Florbela Espanca, sem o saber, teve importante papel político em seu tempo, abrindo trincheiras e traçando caminho largo para que outras mulheres ousassem também lutar por liberdade e direitos.

 

O espetáculo Florbela Espanca pretende ir além do resgate da obra artística da poetisa portuguesa, abordando também a dor de ser mulher fora do sistema padrão em um mundo acostumado a manter as mulheres restritas a espaços pré-estabelecidos e dando, mesmo que postumamente, uma resposta aos perseguidores da poetisa que contribuíram para alimentar o desespero que a levou a tirar a própria vida.

 

Parafraseando a própria Florbela Espanca, o Dromedário Loquaz propõe com a montagem a realização de um Teatro de Mágoas. Um teatro de denúncia e revolta que exprima a necessidade de destacar o não dito, de dar luz e voz a uma figura histórica feminina que foi perseguida e detratada. Um teatro que leve o espectador a um mergulho no universo denso da vida e obra de uma talentosa artista inconformada com as limitações impostas a ela em razão de ser mulher e que, ao emergir da cena consiga perceber que a situação se repete atualmente, sufocando e restringindo a potencialidade de mulheres em todo o mundo. 

 

A POETISA FLORBELA ESPANCA

 

Florbela d'Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa e a sua vida, de apenas 36 anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos, que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade.

Florbela nasceu no dia 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, no Alentejo. Seu pai, João Maria Espanca era casado com esposa infértil e relacionou-se com a camponesa Antônia da Conceição Lobo, com quem teve dois filhos: Florbela e seu irmão Apeles, ambos registados como filhos de Antônia e pai incógnito. João Maria Espanca criou-os na sua casa, tendo sua esposa como madrinha de batismo, e só reconheceria Florbela como sua filha em cartório, após 18 anos de sua morte.

Autora polifacetada, Florbela escreveu poesia, contos, um diário e epístolas; traduziu vários romances e colaborou ao longo da sua vida em revistas e jornais diversos. Somente duas antologias de sua autoria foram publicadas em vida, Livro de Mágoas (1919) e Livro de Sóror Saudade (1923). Após seu falecimento foram publicadas Charneca em Flor (1931), Juvenília (1931) e Relíquia (1934).

Florbela Espanca faleceu em Matosinhos, no dia do seu 36.º aniversário, em 8 de dezembro de 1930. A causa da morte foi uma "overdose" de barbitúricos e a poetisa teria deixado uma carta confidencial com as suas últimas disposições, entre elas, o pedido de colocar no seu caixão os restos do avião pilotado por seu irmão Apeles quando este sofreu o acidente que lhe tirou a vida.  

EDITAIS e EVENTOS

  • Edital FUNARTE - Ocupação Teatro Eugênio Kusnet  - 2023

  • Edital Lei Paulo Gustavo 2023 SC - Circulação Grande Florianópolis - 2024

  • 10ª Maratona Cultural de Florianópolis - 2024

HISTÓRICO APRESENTAÇÕES

  • Dias 13, 19 e 20 de agosto/22 - Teatro da UBRO / Florianópolis SC

  • Dia 21 de outubro/22 - Teatro Álvaro de Carvalho / Florianópolis SC

  • Dias 9 e 11 de fevereiro/23 - Casa do Teatro / Florianópolis SC 

  • Dias 16, 17 e 18 de março/23 - Teatro da UBRO / Florianópolis SC

  • Dia 27 de maio/23 - Teatro da UBRO / Florianópolis SC

  • Dias 15 a 18 de junho/23 - Teatro de Arena Eugênio Kusnet / São Paulo SP

  • Dia 17 de agosto/23 - Teatro Álvaro de Carvalho / Florianópolis SC

  • Dia 23 de fevereiro/24 -  Teatro SAEM / São José SC

  • Dia 02 de março/24 - Centro Cultural de Palhoça / Palhoça SC

  • Dia 07 de março/24 - Centro Cultural Batistense / São João Batista SC

  • Dia 16 de março/24 - Teatro Camarim / Florianópolis SC

  • Dia 24 de março/24 - Teatro da UBRO / Florianópolis SC

  • Dia 13 de abril/24 - Teatro da UBRO / Florianópolis SC

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Foto Luiza Filippo

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